Ilzidinha nasceu brincalhona, amorosa e decidida a viver intensamente até o fim. Filha de Rubens e de Maria das Dores, cresceu ao lado do caçula Rogério como uma irmã alegre e expansiva, dedicada à família e aos amigos.
A vontade de estudar esbarrou na difícil realidade financeira após a separação dos pais. Jovem, viu os livros darem lugar ao trabalho de ajudante de produção na Trifil para auxiliar a mãe. Nunca mais voltaria à escola, mas lá já havia conhecido seu grande amor.
Três anos após o início do romance com Ricardo passaram a dividir um lar. Com o tempo chegaram os filhos Robson e Istefany, a Teté. Renato, o mais novo, veio dar um sopro de vida pouco após o baque do falecimento do pai de Dinha. “Deus foi tão bom comigo que logo em seguida me mandou um filho”, dizia agradecida.
A oficialização da união no cartório só aconteceu em 2002, depois de nove anos juntos. O casamento na Igreja, grande sonho, demorou mais um pouquinho, e foi celebrado em 2008. Em 2012 outro desejo virou realidade: tornou-se avó com o nascimento da única neta, Laura, a quem chamava de Boo.
Era das mães que dão liberdade para os filhos, mas não se omitem na hora da bronca. Já o sorriso era fácil. Até a chegada em casa às 22h, depois de uma jornada como ajudante geral, recepcionista ou camareira, era de bom-humor, cantando.
Tinha um raro dom para agregar pessoas e foi o apoio da família durante a partida do sogro, Nivaldo, de quem também era muito próxima. Seu jeito radiante botou a todos pra cima, e apesar do próprio sofrimento não perdeu o sorriso.
Mas seu maior prazer era mesmo ficar ao lado de Ricardo, a quem chamava de “meu nego”. “Às vezes ela ligava à noite e pela música no fundo parecia que havia uma festa na casa, mesmo estando só ela e o marido”, conta a cunhada Valéria. Pudera, Dinha queria viver intensamente como se cada dia fosse o último. Até que o último dia chegou, mais cedo que o esperado, aos 49 anos.
Passou ele inteiro com a família, cuidou da sogra, foi de surpresa no aniversário da sobrinha-neta, divertiu a si e aos seus e no dia seguinte não acordou mais, vítima de um infarto. Partiu como queria, perto do marido e dos filhos e com direito a despedida e pedidos finais, ainda que inconscientes: havia manifestado no mesmo dia de maneira até então insuspeita o desejo de ser cremada, e assim o foi.
A foto que ilustra esta homenagem é uma das centenas de selfies que mandou para Ricardo, sempre pela manhã, quando ele já havia saído para o trabalho, dizendo que o amava e que ele era o homem de sua vida. “A melhor pessoa que conheci me lapidou e fez de mim um homem”, declara ele. Foram felizes e sabiam.
Emocionante!
Agradeço de coração, por mim e por todos os nossos familiares.
Parabéns hoje e sempre Roberto!
Agradeço a você Roberto essa homenagem a minha esposa Deus abençoe sua vida grandemente.